Se já está clara a necessidade de se trabalhar a leitura na escola sob uma perspectiva intersemiótica, também deve estar claro que a seleção de textos pelo professor deve levar em conta as experiências e o conhecimento prévio do seu aluno. Nesse sentido, as fábulas e as piadas podem servir como excelente material para o desenvolvimento de leitores proficientes. Ambos os gêneros, além de valorizarem a linguagem mais próxima da fala das crianças e dos adolescentes, constituem-se, normalmente, de narrativas breves sobre situações que remetem ao cotidiano, isto é, são histórias perfeitamente "aplicáveis" às experiências de vida da turma. Quando se fala da dimensão infratextual, das pistas que levam às inferências, nada melhor do que o trabalho com a piada. Esse gênero textual é rico em estereótipos (o baiano preguiçoso, o português burro, o nordestino machista, etc) e em convenções culturais ( o padre que não pode namorar, o pai que quer a filha virgem até o casamento, etc) que estimulam o aluno a recorrer aos seus conhecimentos prévios para identificar o humor. Em outras palavras, a leitura de piadas em sala de aula leva o aluno a perceber que nem tudo está dito no texto, que ele deve acionar as suas experiências de mundo ( episódios vividos e/ou outros textos lidos) para que seja um leitor proficiente.
PRUDÊNCIA
Há 5 anos
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