Depois de ler "Ler= Muito Prazer", de Lucília Garcez, não houve maneira de deixar de pensar com paixão no ofício de promover o letramento do outro, ou melhor, na dura missão do professor de contribuir para o desenvolvimento da competência textual do aluno. Se o mundo atual oferece cada vez mais um maior número de suportes e gêneros textuais e exige cada vez mais que o cidadão esteja habilitado a acessar a diversidade de informação veiculada por eles, cabe à escola tornar o aluno um leitor competente. Entretanto, para que esse trabalho tenha êxito, o professor deve partir das seguintes premissas:
- se todo texto possui uma dimensão discursiva, pois tem uma função social específic, identificar o contexto no qual ele é produzido e ao qual se refere é indispensável ;
- se todo texto apresenta uma unidade de sentido, é essencial a análise da dimensão textual, dos mecanismos responsáveis pela sua coesão e coerência;
- se todo texto apresenta uma dimensão infratextual, o aluno deve ser instruído a analisar pressupostos e subentendidos que o levam às inferências;
- se todo texto possui uma dimensão intertextual, o professor deve acionar o conhecimento prévio do aluno ou, se preciso, oferecer-lhe condições de acessar a informação necessária para a compreensão de determinado texto.
Se o homem está inserido em diferentes práticas sociais, que são estabelecidas em função dos níveis de letramento de cada indivíduo, a escola deve lidar com a leitura ressaltando que o texto é um ato de compartilhar essas relações. Portanto, muito mais do que ensinar a gramática normativa, o professor deve trabalhar a leitura a partir da finalidade à qual se propõe qualquer que seja o texto. Quando o leitor reconhece a razão de existir daquilo que lê, ele passa a reconhecer também a coerência, a intencionalidade e as informações implícitas desse texto.
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