Apesar de sempre questionar o modo como grande parte dos professores de Língua Portuguesa concebe o ensino da norma padrão, da leitura e da escrita, pouco fazia para romper com essa concepção. Entretanto, a partir do estudo do Módulo II e da realização da atividades propostas por ele, passei a investir em novas metodologias em sala de aula. Além dessa mudança, também tenho proposto aos meus colegas de escola muitas das reflexões que temos feito ao longo do curso. Tenho defendido o seguinte discurso: o professor, quando impõe ao aluno apenas o uso da norma padrão como "fala correta" , reforça o discurso que privilegia o preconceito lingüístico e desqualifica os indivíduos iletrados ou menos escolarizados como legítimos falantes do português brasileiro.
O curso, associado às atividades propostas pela tutora e às discussões nos 30 encontros, contribuiu para que eu pudesse rever conceitos importantes para o desenvolvimento da escrita e da leitura dos meus alunos. Conseqüentemente, o meu planejamento também foi revisto. Para o 4° bimestre, partindo do tema "Escola e Diversidade", preparei um roteiro de atividades de produção textual contemplando todos os gêneros. Assim, espero que os alunos possam relacionar os textos produzidos com a sua finalidade social. Para cada situação, os alunos serão esclarecidos sobre o propósito da escrita, o interlocutor do texto e a situação discursiva para que possam produzir textos adequados às necessidades apresentadas pela turma. Para que escrevam sobre o que consideram importante e para o público que querem atingir, haverá um momento voltado à pesquisa, à leitura e à discussão dos dados levantados sobre o tema. Desse modo, eles escreverão partindo de uma situação real: divulgar informações, emitir opinião, propor soluções para os problemas detectados, mobilizar os leitores para alguma iniciativa, denunciar atitudes e comportamentos, etc.
Eu cresci! As leituras e as conversas abriram caminho para uma reavaliação da minha prática pedagógica. Hoje defendo com veemência o ensino da língua que garanta ao aluno a possibilidade de ampliar o seu domínio do português. Isso significa, em outras palavras, investir em aulas de leitura e escrita (dos mais variados gêneros) a fim de que o desenvolvimento da competência interacional do aluno seja, de fato, contemplado e lhe possibilite monitorar a sua fala de acordo com as sua necessidades e o contexto discursivo.
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